
Hoje recebi a seguinte mensagem:
“É inacreditável o estágio de letargia do país, um dia o presidente esculhamba o povo brasileiro, noutro o ministro esculhamba as “empregada”… É tudo normal”
Tudo está normal? Ao menos é o que parece pela aparente calmaria nas ruas, mas a cada dia a normalidade se torna mais angustiante com o governo avançando de maneira indistinta sobre os direitos da população.
Não dá para dizer que há uma maioria de apoiadores do governo, o chamado bolsonarismo de raiz, o núcleo duro que apoia todas as loucuras do presidente, é bem pequeno, alguns estimam algo entre 15 e 20%.
Então por que as pessoas não se revoltam?
Bem…
O chamado povão parece estar à margem de todo processo, parte sem capacidade de mobilização e muitos desinformados que não estão acompanhando as peripécias quase diárias do governo.
A classe média embarcou no lema “a culpa é do PT” e com isso coloca todos os resultados ruins na culpa dos governos passados enquanto ignora a completa falta de projeto. Uma fração ainda crê em Paulo Guedes e passou a relativizar o preço do dólar, falta de crescimento e o desemprego.
Parte da imprensa apoia o governo incondicionalmente de olho nas verbas da Secom enquanto outra parte critica não querendo criticar para não desagradar os anunciantes sedentos pelas negociatas ultraliberais. Tudo isso contribuindo para manter o povo alheio a tudo.
Os militares são o governo.
O Judiciário parece já ter alcançado o objetivo máximo da justiça divina: retirar os direitos políticos de Lula. Rachadinhas, milícia, queima de arquivo, morte da Marielle, tudo isso é secundário e não merece atenção.
O funcionalismo público, com medo de retaliações, não se posiona frente aos ataques, são chamados de parasitas, vêem a reforma adminstrativa evoluindo e apesar disso fazem a política da mansidão.
A oposição parece só conseguir olhar para as eleições e se dividir cada vez mais. Não procuram mobilizar, informar e nem resistir.
E enquanto isso, ninguém tenta parar o trem desgovernado.