Uma das grandes características do Brasil atual é a insanidade. Existe uma loucura planejada que pende tanto a balança que acaba nos tirando qualquer referência de padrão e nos faz concordar com pessoas inimagináveis.
Falam tanto em polarização, mas acho que muitas vezes as pessoas não se dão conta do que realmente está ocorrendo. Há um certo tempo, a divisão deixou de se dar entre direita x esquerda, por mais que a todo momento qualquer um que discorde de algum delírio do governo seja tachado de “comunista”, a disputa não é de orientação política, a disputa é entre a loucura e a sanidade, entre o inteligível e o non-sense.
Hoje estava lendo sobre o apoio dos líderes evangélicos à criação do novo partido do Presidente e sites traziam a seguinte frase:”Eu sou tremendamente contra qualquer tentativa de instrumentalizar a igreja para partidos políticos”.
Não há nada mais óbvio. Até mesmo pela lógica cristã a famosa frase “Dai a Deus o que é de Deus e a Cesar o que é de César”, já é uma demonstração de separação entre o Estado e Deus. Ainda sobre isso há outra passagem : “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus súditos pelejariam, para não ser eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui”.
Mas qual não foi minha surpresa ao ver que frase é do Malafaia. Isso mesmo, o Bolsonaro fez o Malafaia parecer um ateu e defensor ferrenho do estado laico.
Se até o Malafaia ficou indignado, imagina o que diria o cara que perdoou o ladrão crucificado a seu lado, ao ver seus fiéis apoiando a criação de um partido que, antes de existir, já ostenta seu símbolo esculpido com munições.